O conceito do pecado é
usado na tradição judaico-cristã para descrever a transgressão do homem diante
da Lei de Deus, à desobediência deliberada diante de um mandamento divino.
O conceito do pecado nas grandes religiões monoteístas, judaísmo, cristianismo
e islamismo, embora sempre visto como a inclinação humana em errar contra a
perfeição divina, tem interpretações diferentes. O judaísmo descreve o pecado
como uma violação da Lei, não sendo visto propriamente como uma falta moral;
para os hebreus o pecado é um ato, não um estado da alma do homem, não passando
de geração em geração, já que o homem é dotado de vontade livre. Para os
cristãos católicos, o pecado é a herança que o primeiro homem, Adão, deixou
para todas as gerações. É o pecado original, que diante da rebelião de Eva e
Adão contra Deus, causou todos os males do mundo. O pecado original, visto que
Adão era perfeito, só poderia ser expiado por outro homem perfeito, no caso
Jesus Cristo, que não concebido da estirpe imperfeita de Adão e Eva, redime a
humanidade diante do seu sangue derramado.
Na doutrina católica, três pecados são assinalados: o pecado original, vindo da
rebelião de Adão e Eva no Éden, e transmitida para todas as gerações da humanidade;
o pecado mortal, desobediência do homem após adquirir o perdão do pecado
original através do batismo, que o leva à morte da alma; e, o pecado venial,
cometido pelo homem quando em estado de ignorância das leis, digno do perdão
divino. Através desses conceitos, a igreja católica classificou o que hoje é
conhecido como os sete pecados capitais.
Os sete pecados capitais precedem ao próprio cristianismo, sendo vícios que se
conhecia na antiga cultura grega, adaptados quando se deu a helenização dos
preceitos cristãos. Os sete pecados capitais não são encontrados enumerados nas
escrituras sagradas judaico-cristãs. A Bíblia refere-se a todos eles e muitos
outros de forma dispersa. Eles só vieram a ser classificados e agrupados pela
igreja medieval, a partir do século VI, pelo papa Gregório Magno (540-604), que
tomou como referências as cartas apostólicas de Paulo de Tarso. Gregório Magno
considerou os sete pecados como mortais, que ao contrastar com os veniais,
significavam a morte da alma. Capital, do latim caput (cabeça),
significa que os sete pecados são os mais altos de todos os outros, sendo eles:
a soberba, a ira, a inveja, a avareza, a gula, a preguiça e a luxúria. Para
combater cada pecado capital, foram classificadas sete virtudes: a humildade
(soberba), a paciência (ira), a caridade (inveja), a generosidade (avareza), a
temperança (gula), a disciplina (preguiça) e a castidade (luxúria). Mais do que
um conceito geral da oposição do homem à Lei divina, os sete pecados capitais é
uma visão moral dos princípios do cristianismo católico e da igreja que ele
representa.
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