A luxúria é a procura obsessiva e desordenada dos prazeres da carne,
levando-nos ao vazio absoluto dos sentimentos.
A visão do sexo como luxúria torna este pecado
capital o mais controverso no século XXI. A evolução moral da civilização
judaico-cristã trouxe a chamada liberação sexual, em que o sexo passou a ser
visto como fonte de prazer físico e psicológico e não apenas como função
reprodutiva. Muito do que era visto como luxúria pela igreja medieval, foi
diluída na liberação dos costumes sexuais da sociedade ocidental.
Mesmo diante da revolução sexual que aflorou na
segunda metade do século XX, a visão do pecado da luxúria, o sexo em excesso,
continua a ser a mesma que se apresentava quando o papa Gregório Magno criou a
lista dos sete pecados capitais. O dominicano Tomás de Aquino, classificava a
luxúria em duas vertentes: a primeira, quando praticada contraria o bom senso e
a razão, originando a fornicação excessiva, a agressão contra os princípios da
castidade, o adultério entre os casais, e o incesto entre os membros da
família; a segunda vertente de Tomás de Aquino é a luxúria que contraria a
ordem natural do ato venéreo, como a sexualidade praticada entre pessoas do
mesmo sexo. Se Tomás de Aquino utilizou a ética aristotélica em sua teologia
dos sete pecados, com a luxúria ele deixa a filosofia grega, apegando-se aos
preceitos judaico-cristãos, que condenam o homossexualismo, transformando o ato
no mais grave dentro da luxúria, sendo visto como mais abominável do que o
adultério e o incesto.
O pecado da luxúria opõe-se à virtude da
castidade, muito apreciada pelo homem através dos séculos, mas que perdeu a
importância da sua essência quando das mudanças culturais que a cristandade
católica sofreu nas últimas décadas. A castidade embora minimizada, continua a
ser uma virtude admirada, mas deixou de fazer parte essencial da sexualidade do
homem contemporâneo.
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